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MANOEL BEZERRA DE MEDEIROS
Primeiro filho de Altina Regina Bezerra de Medeiros e Francisco Tibúrcio de Medeiros, nasceu em Mossoró no dia 9 de janeiro de 1923. Pelo lado paterno era neto de Francisco Faustino de Medeiros e Francisca Maria da Conceição e sobrinho de Antonio Lino de Medeiros (Antonio Boieiro), Vicente Faustino de Medeiros (Vicente “Queixinho”), Júlio Faustino de Medeiros, Raimundo Faustino de Medeiros (Raimundão), Antonio Tonico de Medeiros, Vicência e Luzia Maria da Conceição (“Bibi”), Antonio Faustino de Medeiros, Maria Faustino de Medeiros e Maria Isabel. Pelo lado materno era neto de Antonio José de Castro e Regina Maria Bezerra.
Na linha paterna era bisneto de José Faustino de Medeiros, trineto de Florencio Nunes de Medeiros e tetraneto de José Ferreira de Macedo Filho. Na mesma linha José Ferreira de Macedo era seu pentavô e seu sexto avô Antonio Nunes de Medeiros, o patriarca dos Medeiros em Mossoró, onde fincou raízes por volta de 1780, no Sítio Ausentes.
Irmão de Dionizio (“Didizo”), Rubens (“Rubinho”), Luiz, Antonia (“Toinha”), Maria, Franciscas das Chagas (“Chaguinha”) e Vicente, este último do segundo casamento de sua mãe .
Na infancia era conhecido na vizinhança como “Manoel de Altina”. Entre os irmãos era chamado pelo carinhoso apelido de “Teté”.
Não teve nenhuma instrução formal. A vida foi a sua mestra e o mundo a sua faculdade. O fato de ter perdido o pai ainda criança, aos dez anos de idade, não lhe permitiu frequentar a escola. Precisava ajudar a mãe no trabalho da roça para alimentar os irmãos, todos menores que ele. Em casa tudo era contado e medido para que todos tivessem um pouco de comida. A roupa era de menor importancia: bastava um chinelo, uma calça e uma camisa. À noite a mãe lavava e passava a ferro logo ao amanhecer para que todos estivessem limpos durante o dia. Se chovesse, o cheiro de suor e sujo ficava insuportável, mas a vida ia sendo tocada como Deus permitia.
As dificuldades que passou ainda pequeno, ao lado da mãe e dos irmãos, forjaram o seu carater. Perdeu o pai no dia 8 de julho de 1933, que faleceu vitimado pelas complicações do sarampo. Após a morte da sua mãe em outubro de 1941, Manoel ainda morou algum tempo com o padrasto Chico Epifanio, porém, com o novo casamento deste com a sua tia Luzia, passou a residir e trabalhar com Manoel Elias, um proprietário de terras na localidade de Passagem do Rio.
Casou-se em Mossoró em 1948, com Maria da Conceição Dantas da Silva, filha de Francisco de Assis da Silva e Francisca Lopes da Silva (conhecida como Bilica), cujo óbito ocorreu em 14 de junho de 1984, em Mossoró, em decorrencia de problemas pulmonares.
Durante muitos anos Manoel teve como trabalho, a comercialização de óleos para uso cosmético, profissão que o tornou uma figura popular, conhecida em toda a cidade como “Manoel do óleo”. Com uma caixa na mão e um chocalho na outra, ele percorria a cidade inteira oferecendo o produto que ele próprio fabricava. “Olha o óleo perfumado!” Ele não sabia nada de marketing nem atinava para a modernidade na manipulação dos óleos essenciais que usava para produzir outros óleos. O seu produto dependia exclusivamente do olfato: se o produto cheirasse, era vendável. Fabricava em casa o óleo de coco, a brilhantina que hoje se chama gel, e outros tipos de oleo utilizados para o uso doméstico. Assim foi durante anos. Era conhecido pela pessoas simples do Alto São Manoel, dos Pintos, da Baixinha, do Rabo da Gata, da Pelonha. Por onde ele passava, se ouvia o seu grito marqueteiro: olha o óleo perfumado!
Foi dessa forma que criou todos os filhos, ajudado por sua disposta e valorosa companheira Conceição, que para complementar a renda familiar, fazia trabalhos de lavagem de roupa para famílias mais abastadas. E essa parceria com sua mulher, lhe conferia coragem para atravessar a cidade, diariamente, tentando vender os seus produtos, e trazer um pouco de alimento para casa.
Ao aposentar-se pelo INSS e já viúvo, passou a residir no bairro Carnaubal, em companhia de sua filha Dalvanete, que dele cuidou, diuturnamente, com carinho e zelo até a data de sua morte, ocorrida em 05 de maio de 2009.
De natureza tímida e muito reservado, era de pouca conversa. Antes de emitir alguma opinião, ponderava bastante. Nessas ocasiões costumava passar a mão na cabeça, alisando os cabelos. Era naturalmente cordial, amigo de todos, fala amável, pele áspera queimada de sol. Não reclamava da vida, mas nos últimos anos de sua velhice, sentia falta da presença mais frequente dos outros filhos e, sobretudo, da convivência com os netos mais distantes, alguns dos quais nem chegou a conhecer. Dos bisnetos, só conheceu alguns. Todavia, saboreou o afeto e a generosidade de um neto amoroso – Elielson, que lhe fazia companhia ao pé da rede, lhe ajudava na higiene diária e na troca da roupa. Esse carinho cuidadoso Manoel recebeu até o último momento de sua vida simples e pobre, porém feliz.
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