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ANTONIA MEDEIROS – a alegria de viver de uma mossoroense
Antonia, Toinha, Toninha, de qualquer modo que a chamarem, ela atende com a alegria de quem nunca passou um dia difícil. Mas passou, e muitos. Filha de Francisco Tibúrcio de Medeiros e Altina Bezerra de Medeiros, nasceu no dia em que Lampião entrou com o seu bando em Mossoró: 13 de junho de 1927. Enquanto a cidade fervilhava se organizando para combater o grupo de cangaceiros que tentava invadir a terra de Santa Luzia, Altina saia da sua morada no Bom Jesus, buscando lugar mais calmo no Alto de São Manoel, onde pudesse dar à luz ao filho que estava esperando. E nasceu o quinto filho e o primeiro do sexo feminino, que em homenagem ao santo do dia recebeu o nome de Antonia.
Muito cedo ficou sem o pai, que faleceu em julho de 1933, vitima do sarampo. Junto com a mãe e os seis irmãos – todos menores – sofreu as dificuldades próprias da orfandade pobre. Aos 14 anos sofreu a grande perda de sua vida: a sua mãe faleceu outubro de 1941, em decorrência das complicações de parto .
Filha mulher mais velha, passou a tomar conta da casa assumindo a responsabilidade de criar os irmãos menores, enquanto os mais velhos trabalhavam para garantir a sobrevivência de todos.
Casou em 1948 com Manoel Maia da Silva, filho de Idalino Viriato e Apia Maria da Conceição, cuja união gerou os filhos Maria da Conceição Medeiros, José Medeiros, Josiam Medeiros, Lucia Fátima Medeiros Lafitte e Sara Jany Medeiros.
As dificuldades próprias da região onde moravam e o sonho de conseguir alguma coisa, levaram a família de Antonia e Manoel a migrar em 1958 para Brasilia, naquela época o novo Eldorado para o nordestino. O sonho não floresceu e retornaram ao Rio Grande do Norte, morando inicialmente em Mossoró, depois em Natal.
As perdas somaram força a Antonia: perdeu uma filha ao nascer em Brasília em 1961. Perdeu um segundo filho- Josiam, já adulto e casado. Depois da morte do marido, a tristeza fez sombra no seu rosto, e para que não definhasse de saudade, sua filha Sara levou-a para Brasilia, onde trabalhava.
Antonia fez dos limões azedos, uma limonada. Reaprendeu a viver. No Centro de Convivencia dos Idosos aprendeu a dançar e voltou a sorrir. A alegria e o prazer de viver que ela passa, encanta e emociona o seu bisneto Gabriel, um jovem que já se prepara para o vestibular. E é motivo de orgulho para as suas filhas.
Lúcida, vaidosa, alegre, participa ativamente de um grupo de dança cigana, faz hidrorginástica, sessões de alongamento e adora “bater pernas” nos shoppings de Brasilia. Já fez até curso de culinária na juventude, mas perdeu o prazer da cozinha, substituindo-o pelo prazer de “viver o agora”. A sua alegria lhe conferiu o título de Princesa do Carnaval da Terceira Idade em 2001 no Distrito Federal. Mais recentemente, foi “top model” do calendário 2011 de pagamentos dos aposentados da Previdência Social.
Aos 84 anos, inteiramente ativa, lúcida, saudável e independente, é exemplo de vida para os filhos e os netos Glaucon, Caroline e Gabriel.